A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, representada pelo senador Luis Carlos Heinze (PP/RS), realizou uma audiência pública na tarde desta sexta feira (10), na Expodireto Cotrijal, para debater as bacias hidrográficas do RS e a preservação das nascentes.
O senador Luis Carlos Heinze enfatizou que é preciso um esforço conjunto de todos os setores da comunidade para buscar o melhor aproveitamento dos recursos hídricos existentes no RS, a fim de unificar o conhecimento existente sobre o assunto e as alternativas para solucionar o problema da seca.
Ele trabalha desde 2019 pela aprovação de um projeto de sua autoria que autoriza a construção de reservatórios d’água em áreas de preservação permanentes – APP’s. “Estamos desperdiçando água, em plena estiagem, por uma defasagem na legislação que precisa ser corrigida”, disse o senador.
Um projeto de inciativa do Instituto Espinhaço, que tem apoio de Heinze, foi apresentado pelo presidente da instituição, Luiz Oliveira. Denominado de programa Pro-Águas Rio Grande do Sul, segue modelo semelhante ao que vem sendo desenvolvido em cidades de Goiás e do Mato Grosso.
Dentre os objetivos do projeto estão a recomposição florestal, a conservação do solo e dos recursos hídricos, o enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas e fortalecimento do agronegócio no Rio Grande do Sul. “A ideia é iniciar um projeto-piloto nas regiões da fronteira Oeste e Missões, com o objetivo de promover os aspectos positivos da produção agrícola associada à produção de água”, explicou Oliveira. Esse projeto é viabilizado pela inciativa privada.
O geólogo Rogério Porto destacou que no Rio Grande do Sul não existe escassez de água, mas a falta de chuva entre os meses de dezembro a março, que acaba impactando de forma negativa a produção agrícola.
Segundo ele, a ausência de chuvas no ciclo de produção em 2022 gerou perdas de R$ 56 bilhões só no cultivo da soja. “Na pecuária e nos demais setores, o prejuízo foi de mais de R$ 120 bilhões. Por isso, a necessidade de investir na irrigação, que permite produzir 23 milhões de toneladas de soja em 4,2 de hectares e 8 milhões de toneladas de milho em 400 mil hectares”.
Os dados apresentados por Porto estão baseados em um relatório apresentado por ele sobre a reservação de água a partir de barragens e açudes no Rio Grande do Sul. “A partir destes debates, o caminho agora é prosseguir com a mobilização e buscar a solução mais eficiente para a irrigação no Estado”, concluiu o senador Heinze.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Expodireto Cotrijal